Forte de Santana Florianópolis

O Forte de Sant’Ana do Estreito, ou simplesmente Forte de Santana Florianópolis, localiza-se na cidade de Florianópolis.

Em posição dominante na altura do estreito entre a ilha de Santa Catarina e o continente, destinava-se à defesa do antigo ancoradouro da Vila de Nossa Senhora do Desterro (hoje cidade de Florianópolis).

Forte de Santana Florianópolis

Forte de Santana Florianópolis História

Em 1760, por determinação do ministro Marquês de Pombal, o governador e capitão-general da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, enviou o tenente-coronel José Custódio de Sá e Faria, do Real Corpo de Engenheiros, para fazer um levantamento das defesas erguidas pelo brigadeiro José da Silva Pais na ilha de Santa Catarina. Como resultado, aquele oficial concluiu que, se as fortalezas da barra Norte da ilha fossem ultrapassadas ou contornadas, a vila do Desterro ficaria sem defesa ante um invasor. Propôs desse modo a ereção de dois fortins ou baterias, um na praia de Fora, ao Norte da vila, outro na ponta da ilha mais próxima ao continente – o Forte de Sant’Ana do Estreito.

Construído em 1763, no governo do coronel Francisco Antônio Cardoso de Meneses e Sousa, com planta do próprio Tenente-coronel Sá e Faria, destinava-se à defesa daquele ancoradouro no estreito, passagem entre as baía Norte e Sul da ilha. Por ter como padrasto o morro em cuja encosta se ergue, Monsenhor Pizarro afirma que o morro de Rita-Maria, que lhe é próximo, era o melhor local para se erguer uma fortaleza que dominasse o estreito, a praia de Fora, e a vila.

Essa posição foi reforçada a partir de 1793 com a construção do Forte de São João do Estreito, que lhe era fronteiro, pelo Continente. O primeiro comandante conhecido do forte foi o Alferes Rodrigo José Brandão, natural da Bahia. Artilhado originalmente com nove peças, conservava dez de diferentes calibres, quando do levantamento efetuado em 1786 pelo Alferes José Correia Rangel para a Coroa Portuguesa.



Na segunda metade do século XIX este forte passou a abrigar a recém-criada Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina (1857), vindo a receber reformas em 1863, e alguns reparos em 1876, quando ali se alojou a Companhia dos Inválidos. Na ocasião, o Ministro da Guerra, Duque de Caxias, mandou fornecer ao forte quatro canhões antecarga raiados La Hitte, calibre 12. SOUZA (1885) refere que, à época (1885), servia para a polícia do Porto. Quando da Revolução Federalista (setembro de 1893), os parapeitos do forte chegaram a ser rasgados para a instalação de canhões Krupp, que no entanto acabaram destinados à praia de Canasvieiras para dar combate às embarcações rebeldes fundeadas na baía Norte. Prevendo um ataque à capital, o Alferes Hermínio Coelho dos Santos, comandante do 25º Batalhão de Infantaria no Forte de Santana, reuniu alguns antigos canhões antecarga, de ferro, utilizados como enfeite à época, enterrados invertidos pela metade em logradouros públicos. Ainda assim trocou tiros com embarcações da esquadra rebelde: o Cruzador República e o Vapor Palas, que fora do alcance daquela precária artilharia, bombardearam o forte, forçando o seu comandante, ferido na ocasião com mais um soldado, a ordenar o cessar-fogo. Em 1898, o comandante do forte à época, relata que seria necessária uma grande restauração no conjunto da fortificação.



Considerado fora de serviço a partir de maio de 1907, passou ao Ministério da Agricultura, que nele instalou uma estação meteorológica. Sob a atual Ponte Hercílio Luz, que desde a década de 1920 liga a ilha ao continente, o Forte de Sant’Ana foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938.

Abandonado, esteve invadido por populações de baixa-renda até 1969. De propriedade da União e sob administração do governo estadual, foi restaurado definitivamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional entre 1969-1970, que lhe devolveu as formas originais, sendo o primeiro trabalho desta natureza realizado em fortificações catarinenses. Abriga, desde 1975, em prédio anexo, o Museu de Armas Major Antônio de Lara Ribas, da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, inaugurado em 14 de março fruto de convênio firmado entre o IPHAN e a prefeitura , com a interveniência da Polícia Militar do estado.

A restauração deste forte marcou o início do processo de redescoberta e recuperação das fortificações catarinenses, durante anos abandonadas e arruinadas.

Forte de Santana Florianópolis Características

O Forte, em alvenaria de pedra e cal, foi erguido sobre um único terrapleno, sustentado por muralhas de 1,20 metros de espessura no parapeito, com planta na forma de um hexágono irregular, e uma única guarita circular sobre o respectivo pião, no vértice da muralha vigiando o canal da baía norte. O projeto original compreende um conjunto linear de edificações de um pavimento, em alvenaria de pedra, com cobertura em quatro águas, que se abrem para o terrapleno onde se dispunham sete canhoneiras em tijoleira à barbeta, apresentando apenas o estritamente necessário para o funcionamento regular da fortificação:

  • Corredor de Acesso e Portada
  • Plataforma ou terrapleno, com sete canhoneiras dispostas
  • Quartel dos Soldados (Quartel da Tropa)
  • Cozinha
  • Quartel dos Oficiais (Casa do Comandante)
  • Corpo da Guarda
  • Casa da Palamenta
  • Casa da Pólvora (Paiol da Pólvora)

Horário de Funcionamento Forte de Santana em Florianópolis

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Onde fica, Endereço e Telefone Forte de Santana em Florianópolis

  • Pte. Hercílio Luz, 1400 – Centro – Florianópolis – SC
  • Telefone: (48) 3229-6263

Mapa de localização