Ponte Florianópolis

A Ponte Hercílio Luz está localizada em Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina.

A ponte foi construída com o objetivo de ligar a parte insular da capital do estado, na ilha de Santa Catarina, à sua parte continental, visando substituir o antigo serviço de ligação por balsas.

Ponte Florianópolis

A ponte foi tombada como patrimônio histórico, artístico e arquitetônico do município de Florianópolis em 4 de agosto de 1992 através do decreto de número 637/92. Na data em que comemoraram-se os 71 anos de sua construção, 13 de maio de 1997, o tombamento da ponte Hercílio Luz foi homologado pelo governo estadual através do decreto de número 1830.

É a maior ponte pênsil do Brasil e possui o 132º maior vão pênsil do mundo. Teve sua construção iniciada em 14 de novembro de 1922 e foi inaugurada em 13 de maio de 1926. A ponte tem 821,005 m de comprimento total, sendo formada pelos viadutos de acesso do continente, com 222,504 m, da ilha, com 259,08 m, e pelo vão central pênsil, que tem 339,471 m de extensão.

A estrutura de aço tem o peso aproximado de cinco mil toneladas, e os alicerces e pilares consumiram 14 250 m³ de concreto. As duas torres principais têm 74,21 m de altura. O vão pênsil tem uma altura média de 30,86 m em relação ao nível do mar e a carga total nas cadeias de barras de olhal é de 4 000 toneladas-força. O mirante situado à cabeceira insular proporciona uma das mais belas vistas panorâmicas do centro da cidade. Na área também estão situados o museu da Ponte e o Parque da Luz.



Ponte Florianópolis Projeto

A ponte foi projetada e construída durante o governo de Hercílio Luz para ser a primeira ligação terrestre entre a ilha e o continente. O idealizador não viu seu sonho ser concluído, pois morreu em 1924, doze dias depois de inaugurar uma réplica de madeira, construída na Praça XV especialmente para o ato simbólico. O nome da obra seria Ponte da Independência, o qual foi mudado após a morte de seu idealizador, em póstuma homenagem.

O projeto é de autoria dos engenheiros norte-americanos Robinson e Steinman, e todo o material nela empregado foi trazido dos Estados Unidos, tendo sido construída por equipe composta de dezenove técnicos especializados norte-americanos e operários catarinenses.

A inauguração da ponte Hercílio Luz, numa tarde chuvosa, em 13 de maio de 1926, acabou com um antigo sofrimento dos então 40 mil habitantes de Florianópolis: depender de balsas para atravessar da ilha ao continente ou vice-versa. Monopolizado, o serviço sequer oferecia cobertura para proteger os passageiros do sol ou da chuva.

O governador Hercílio Luz resolveu construir a ponte para consolidar Florianópolis como capital de Santa Catarina. Àquela altura, as outras cidades do estado consideravam a ilha muito distante para ser o centro administrativo e político do estado e, em consequência, havia um movimento pregando a mudança da capital para Lages.

Depois de obter empréstimo equivalente a dois orçamentos anuais do Estado de Santa Catarina, o governo finalmente iniciou a construção da ponte em 1922. Todo o material foi trazido pelos norte-americanos, os engenheiros Robinson e Steinmann. O pagamento dos empréstimos, feitos junto a bancos norte-americanos, só foi concluído em 1978, mais de 50 anos após a inauguração da ponte.

Desde o princípio, o processo de financiamento foi complicado. O primeiro banco que havia emprestado os 20 mil contos de réis ao governo catarinense faliu. Assim, um novo empréstimo teve que ser obtido, atrasando as obras. Além disso, uma manobra dos banqueiros norte-americanos fez com que o Estado de Santa Catarina se responsabilizasse por dívidas da instituição falida.



Ao final, o custo atingiu 14 milhões 478 mil 107 contos e 479 réis — praticamente o dobro do orçamento do Estado à época.

Ponte Florianópolis Reforma

Uma parceria entre o Governo Federal, Governo do Estado e a Prefeitura de Florianópolis em 2005 proporcionou o início das obras de restauração da ponte Hercílio Luz. O prazo máximo para a entrega da restauração era 13 de maio de 2012, quando a ponte completasse 86 anos, mas impedimentos burocráticos, aliados à mudança no comando do governo do estado, fizeram com que a obra atrasasse.

O novo prazo de entrega ficou para a metade de 2013, o que também não se efetivou. Em março de 2016, a obra prosseguia já somando mais de 500 milhões de reais gastos, com previsão de mais 500 milhões.

O término da primeira etapa de restauração da ponte foi finalmente agendado para o início de 2017. Foi feita a suspensão do vão central em 10,0 cm através de 27 macacos hidráulicos para um alívio de carga de 20% do peso total nas torres (aproximadamente 800 toneladas), permitindo instalação das estruturas auxiliares superiores, estruturas essa que servirão para desmontagem das barras de olhal.

A operação foi realizada na noite do dia 11 de fevereiro, sofrendo um atraso de 50 minutos por causa da chuva e do vento, tendo seu início por volta das 23h. Por causa do risco de desabamento da estrutura, todo o trânsito nas proximidades foi interrompido, estabelecimentos comerciais foram fechados, e moradores próximos foram alojados em hotéis. Cerca de 200 homens participaram da operação, incluindo o Corpo de Bombeiros para o caso de acidente. A operação, prevista para terminar até às 7:00 do dia seguinte, foi finalizada às 3:48, com sucesso.

No início de outubro de 2017, o vão central da ponte foi elevado mais 50 cm, o que representa 100% da carga, aliviando a tensão nas barras de olhal e dos pendurais permitindo sua remoção. Na metade do mês de outubro, os pendurais foram removidos, a partir de então já na primeira semana de novembro, as barras de olhal que ligam as duas torres foram removidas o que transformou o visual do cartão postal da cidade.

Ponte Florianópolis Interdições

A necessidade de se averiguar o estado da ponte Hercílio Luz tornou-se óbvia com a ruína de uma ponte de concepção estrutural similar sobre o rio Ohio, entre Point Pleasant e Gallipolis, nos Estados Unidos, que causou a morte de 46 pessoas em 1967.

Perícia realizada em 3 de dezembro de 1981 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) verificou que as barras de olhal estavam deterioradas, o que comprometia a segurança de seus transeuntes.

A descoberta de uma trinca de 5cm de abertura no olhal de uma das barras localizada na altura do topo do pilar do lado sul da ilha fez com que o departamento de Estradas de Rodagem do Estado levasse a recomendação do relatório do IPT a cabo, interditando a ponte ao tráfego pela primeira vez em 22 de janeiro de 1982. Na época a ponte absorvia 43,8 % do tráfego de veículos.

A segunda ponte, ponte Colombo Salles, aberta ao tráfego em março de 1975, passou a ser a única ligação da ilha ao continente.

Posteriormente, em 15 de março de 1988, a ponte foi reaberta ao tráfego para pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal. Em fevereiro de 1990 foi concluída a primeira etapa da análise de viabilidade da reabertura da ponte ao tráfego, o que levou à segunda interdição da mesma, em 15 de julho de 1991. A subsequente retirada do piso asfáltico do vão central resultou em um alívio da ordem de 400 toneladas na carga suportada pela ponte.