Restauração da Catedral de Florianópolis está parada há seis meses e não há previsão de retorno das obras

A restauração da Catedral Metropolitana de Florianópolis, parada há seis meses, não tem prazo para recomeçar. Embora a coordenação do projeto na igreja afirme ter recebido a sinalização do governador Raimundo Colombo de que o Estado de Santa Catarina financiaria a última etapa da obra, na prática, ainda não há previsão de investimento.

Essa fase prevê a restauração de todas as imagens da Catedral — inclusive a que representa a Fuga de Nossa Senhora do Desterro ao Egito —, recuperação do órgão eletrônico, de todas as portas e dos oito sinos, além do museu. O custo seria de R$ 3,8 milhões. A expectativa era deixar a Catedral, que é tombada como patrimônio histórico do município e do Estado, em perfeito estado antes de março de 2013 para os festejos de 300 anos de sua fundação.

Em 25 de agosto, o presidente da Comissão de Restauração da Arquidiocese de Florianópolis, Roberto Bentes de Sá, afirmou que a igreja aguarda o governador para inaugurar a quinta etapa da obra e assinar o financiamento da última.

— Estamos esperando o governo nos chamar para definir a assinatura do convênio. O arcebispo já solicitou uma audiência com o governador para agendar uma data — conta Bentes de Sá, lembrando do compromisso assumido no começo do mandato.

Mas, pelo jeito, os católicos estão muito otimistas com a participação do governo na última fase do projeto. Questionada, a assessoria do governo do Estado informou, ontem, que ainda não há posicionamento sobre a liberação de verba para a Catedral, nem reuniões marcadas com Raimundo Colombo.



A obra, executada pela Concrejato, foi iniciada em 2005. Até então, a maior parte do financiamento foi feito pelo governo estadual. Já foram investidos R$ 10 milhões. Além de tornar a Catedral mais segura, pois a estrutura trazia riscos aos fiéis, o objetivo foi deixá-la mais parecida com o prédio original. Uma das surpresas foi a descoberta de ossadas humanas de cerca de 200 pessoas na Capela Nossa Senhora das Dores, onde antigamente era a Congregação Ordem Terceira, que costumava enterrar seus membros mortos na própria igreja.



Outras igrejas tombadas com obras paradas

— Paróquia Nossa Senhora da Lapa, no Ribeirão da Ilha: as duas primeiras etapas foram financiadas pelo governo estadual ao custo de R$ 3,5 milhões. Contemplaram desde a recuperação do telhado a drenagem da igreja, de 1763. A última fase está orçada em R$ 2,3 milhão e não foi iniciada.

— Igreja Matriz de São José, na Grande Florianópolis: as duas fases iniciais custaram R$ 3,8 milhões, pagas pelo governo do Estado. A última etapa da obra no prédio erguido em 1750, à espera de investimento, está orçada em R$ 3,2 milhão.

— Igreja de São Francisco, no Centro da Capital: a restauração da edificação datada de 1915 começou há quatro meses e ainda está em andamento. Nesta também o governo do Estado investiu R$ 2,4 milhões para reforma do telhado, parte elétrica, conferir a existência de pinturas antigas.

Fonte: Diário Catarinense





Deixe seu comentário