Shows eram de caráter sexual, diz bailarino de Florianópolis que foi enganado por empresa

Um bailarino da cidade de Florianópolis assinou um contrato para trabalhar em um navio e descobriu que foi enganado. A exemplo da história contada na novela ‘Salve Jorge’, a promessa foi a ‘garantia de futuro’ com shows puramente artísticos, sem conteúdo pornográfico. Porém, segundo Arthur Fernando de Souza, ele precisou fazer apresentações que incluíam cenas eróticas . Ele denunciou o caso à Polícia Federal, que deve investigar o responsável pela contratação.

“No momento eu estava precisando de dinheiro e parecia a solução dos meus problemas. O contrato não levantava suspeitas, então aceitei”, conta ele. Entre as cláusulas estava o compromisso de fazer, no máximo, 12 shows semanais, com direito a um dia de folga. A remuneração seria de US$ 800, o equivalente a R$ 1,8 mil.

“Era um show de caráter extremamente sexual. Tive acesso a imagens que demostram isso. Queria juntar provas. Era um show em que os passageiros precisavam pagar para entrar. Não estava no pacote. Na apresentação, os bailarinos dançavam seminus. Meninas com seios à mostra e com simulações de sexo”, afirma o bailarino.



Segundo ele, quando começou a reclamar, a ameaça foi a demissão dele e de toda a equipe. Além disso, em caso de desistência, o contrato previa multa de até US$ 10 mil. “A maioria desiste de reclamar ou porque sustenta a família com o dinheiro ou porque não tem condições de arcar com essa multa”, conta ele.

Já no Brasil, o bailarino denunciou o caso ao Ministério Público Federal (MPF), ao Ministério Público do Trabalho e à Polícia Federal. De acordo com o delegado da PF Roberto Cardoso, o caso foi encaminhado a Brasília, para o setor responsável, que estuda a possibilidade de abrir um inquérito policial contra a pessoa responsável pelo contrato.

Segundo o delegado, no Brasil não há uma fiscalização adequada para punir casos como este.  “O brasileiro que estiver no mar, em navios, está sujeito às ordens do comandante. Existem empresas idôneas, mas nós, infelizmente, trabalhamos com aquelas que não são tão idôneas assim”, argumenta.



De acordo com o Ministério Público do Trabalho, casos como este devem ser denunciados, para que possam ser investigados. Não é necessária a identificação.

Fonte: G1





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