Da série poderia ter sido evitado. É esta sensação que ficou depois dos sete quilômetros de filas, no domingo, 7, provocados pelo dia dos portões à Base Área, em Florianópolis. O congestionamento, que causou frustração e transtorno para quem queria visitar o local ou tinha que ir ao aeroporto, não contou com a orientação da Polícia Militar Rodoviária, que não foi comunicada oficialmente sobre o evento.
O caminho que leva à Base Área é o mesmo do aeroporto, a Rodovia Deputados Diomício Freitas, que tem apenas uma pista, com uma faixa em cada sentido, até os dois locais. O congestionamento começou por volta das 11h e terminou umas 20h, mas o trânsito começou a normalizar por volta das 20h30min.
O major da PMRv, Fábio Martins, explica que nenhum comunicado oficial chegou ao comando estadual e que por isso não houve planejamento para organizar o trânsito, como costuma ser feito em grandes eventos da Capital.
O major cita como exemplo dias de jogos do Avaí, na Ressacada, que mesmo em dias de estádio cheio, com mais de 17 mil pessoas, não registra tanto quilômetro de fila.
Para organizar o trânsito em dias de jogos, que são comunicados com uma semana de antecedência, a PMRv faz escala extra de policiais e entra em contato com a Infraero para pegar o horário dos voos. A partir daí, define por quanto tempo fechará uma faixa, para que a outra vire duas.
— Fechamos em intervalos de 10, 5 minutos. Isso era o que o poderia ser feito hoje. O pessoal reclama deste esquema, mas hoje provou que quando ele não é feito, pode ser ainda pior — diz.
O major também cita o esquema organizado para o show do cantor Paul McCartney, também feito na Ressacada. Para montar o esquema do trânsito, que contou com bolsões de estacionamento, foram feitas mais de 10 reuniões entre organização do evento e PMRv.
Público acima do esperado
Capitão da Base Aérea, Paulo Gustavo Boehn, afirma que a PMRv foi comunicada.
— Avisamos que haveria o evento e que traria um grande número de pessoas — diz.
Mas ele explica que o número de visitantes surpreendeu a todos. De acordo com ele, a expectativa era receber cerca de 10 a 15 mil pessoas, como em todos os anos, mas que passaram pelo local cerca de 35 mil pessoas, conforme repassado pela organização do evento. Para ele, além do tempo ter ajudado, o dia de portões abertos foi feito em um feriadão — o de Nossa Senhora Aparecida celebrado na última sexta-feira — e havia a apresentação da esquadrilha da fumaça, fatores que atraíram ainda mais pessoas.
Fonte: Diário Catarinense